- 5 de abril de 2019
- Postado por: Admin
- Categoria: Velp
Por Flávia Jardim – jornalista
Antes reconhecida pela mão de obra simples para produzir produtos consumidos no Ocidente, a China se tornou, há alguns anos, uma potência tecnológica, que disputa o posto de liderança mundial do setor de tecnologia com os EUA. Todos os anos, a nação chinesa coloca pelo menos uma nova startup entre as cinco mais valiosas do mundo e já contabilizava, há um ano, mais de 90 unicórnios, startups que atingiram valor de mercado de 1 bilhão de dólares. É na China que se concentram as grandes fábricas de PCBA (empresas que fabricam circuitos eletrônicos sob demanda, com base em projetos).
E foi para conhecer um pouco mais sobre esse celeiro tecnológico, visitar essas grandes fábricas e trazer um pouco desse conhecimento para o Brasil, que o diretor executivo da Velp, Paulo Henrique Barros, viajou para o outro lado do mundo e percorreu durante 15 dias algumas das principais cidades chinesas, como Xangai, Guangzhou, Shenzhen e Hong Kong. Na China, Barros pôde vivenciar a diferença cultural e as barreiras que ainda separam o Ocidente e o Oriente – poucos falam inglês e o Google e a maior parte de nossos aplicativos são bloqueados por lá – e ver como, mesmo assim, é possível fazer bons negócios e unir a tecnologia dos dois países. (Confira mais detalhes nesse artigo).
Feira de automação
O roteiro da viagem incluiu a participação em uma feira de automação em Guangzhou, que reunia desde produtos como simples botões para acionamentos de painel até robôs ultramodernos. “A feira foi muito boa para fazer contatos com fornecedores em potencial”, contou Barros, que viajou para a China juntamente com dois empresários do ramo de importação Paulo Guilherme Jardim e Paulo Coelho e um do ramo de distribuição de materiais elétricos Pedro Carneiro.
Sem Google e outros aplicativos, como Uber e WhatsApp, que são bloqueados pelo governo chinês, Barros conta que ele e os companheiros de viagem tiveram que aprender a usar os apps chineses. “Muitos são até melhores que os nossos”, afirmou.
Após participar da feira de automação, Barros e os empresários seguiram para Shenzhen, que é conhecida como o Vale do Silício chinês, onde ficam localizadas as principais empresas de tecnologia do país. Lá, eles visitaram as fábricas de PCBA.
“Gostei muito da qualidade e da organização das fábricas. Agora, vem a difícil decisão de escolher com qual delas vamos iniciar a parceria. A Velp já há alguns anos deixou de desenvolver apenas softwares para se transformar em uma empresa que produz soluções completas, que envolvem software e hardware. Os produtos vSkymeter, vSkyRecloser e vLuminum Telegestão envolvem a fabricação de equipamentos que hoje produzimos no Brasil e que estamos avaliando a possibilidade de fabricá-los na China para torná-los ainda mais competitivos”, declarou.
Curiosidades e diferenças culturais
Barros também contou que sua visita à China serviu para desmistificar algumas “lendas” sobre o povo chinês. “Pensei que haveria poluição e um trânsito caótico, mas as cidades são muito limpas e organizadas. Outra concepção que tinha e que foi quebrada foi que a comida seria muito exótica. Não vi ninguém comendo insetos ou carne de cachorro”, contou.
Outro fato curioso observado por Barros é que na China predominam carros híbridos e bicicletas elétricas. “Era curioso ver aquelas centenas de bikes sem ninguém pedalando”. Também chamou a atenção do diretor o fato de os chineses criarem nomes Ocidentais para eles se comunicarem com quem vem de fora. “Como não conseguimos pronunciar nem escrever o nome deles, eles encontraram essa saída pra facilitar a comunicação”, disse.
“Foi uma viagem muito interessante. A China é com certeza hoje a principal fábrica tecnológica do mundo. Foi muito importante ir até lá para conhecer melhor o país, selecionar e avaliar os potenciais fornecedores, e assim fazer bons negócios”, resumiu Barros.